segunda-feira, 19 de abril de 2010

Silêncio

Ontem, a noite foi muito densa. Não sei se foi errada, com certeza não foi certa. Eu devia ter feito tudo diferente. Mas não ontem... A muito tempo atrás.
Era como se tivesse um inseto na minha cabeça, zunindo muito alto. Eu não ouvia nada, não via nada. Havia um grito dentro de mim, e algo que desejava que todos ao meu redor sentissem o que eu sentia.
Hoje, está tudo em silêncio. Um silêncio tão pesado que eu posso até sentir na pele. Eu quase não ouço o ruído dos motores dos carros nas ruas, nem as risadas das pessoas. Está quieto.
É como se os gritos tivessem me deixado surda. Apenas ouço o barulho das folhas das árvores se batendo com o vento.
Não, acho que só imagino o som porque as vejo.
O silêncio é a manifestação física do vazio que ficou aqui dentro. Mas não me sinto mal. Nem bem. Não sinto nada além do silêncio. Que de alguma forma, também me trouxe paz.
Hoje, o silêncio não é ruim. É uma dádiva que nasceu do caos. É a poesia do nada. E para ser um bom poeta, não se pode ser feliz.

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